Nova Exposição do Farol Santander Celebra Arte Popular Brasileira

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A exposição “Brasil: Arte Popular” abre ao público nesta sexta-feira (22), reunindo mais de 400 obras de artistas de 21 estados. A mostra apresenta um panorama da produção popular nacional e ocupa as galerias dos andares 19 e 20 do Farol Santander, no centro da capital paulista.

Com curadoria de Leonel Kaz e Jair de Souza, a proposta foge do convencional. “A intenção não era criar uma exposição do tipo white gallery, mas sim um percurso livre que permite ao público adentrar no universo imagético das obras”, explica Souza.

Entre os nomes reunidos estão alguns dos maiores representantes da arte popular brasileira, como Mestre Vitalino (PE), Chico da Silva (AC), Zé do Chalé (SE), Conceição dos Bugres (MS), Mestre Didi (BA), GTO (MG), Agostinho Batista de Freitas (SP) e Véio (SE) — estes dois últimos já exibidos na Bienal de Veneza.

“Nossa arte popular é nossa história”, afirma Kaz. “Mostrar a força destes territórios e destas origens não apenas por palavras, mas por objetos criados pela mão inventora de coisas é o propósito da exposição.”

Cadu Pilloto

Zé do Chale é um dos destaques da exposição com suas esculturas de madeira

O evento se insere em um calendário movimentado para o circuito de artes da cidade. A abertura acontece às vésperas da SP-Arte Rotas (27 a 31 de agosto) e antecede a inauguração da 36ª Bienal de São Paulo (6 de setembro), consolidando a capital como polo central para as artes visuais no período.

Mercado em alta

A mostra também reflete o momento de crescente valorização da arte popular no mercado. Obras antes vistas como artesanato agora conquistam espaço em galerias, leilões e coleções importantes, sendo reavaliadas como peças centrais da arte contemporânea. Esse movimento reflete uma busca por autenticidade e por narrativas que expressem a diversidade cultural do Brasil.

Um exemplo notável é o acreano Chico da Silva (1910–1985), presente na exposição com uma têmpera sobre tela. Suas obras hoje integram grandes acervos institucionais, e sua relevância no mercado internacional funciona como termômetro dessa ascensão: em 2023, uma de suas pinturas foi arrematada por mais de US$ 330 mil (cerca de R$ 1,65 milhão) na Sotheby’s de Nova York, superando em mais de quatro vezes a estimativa inicial.

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