E se Ernest Hemingway Voltasse Ao Michigan, o Que Diria sobre os Vinhos?

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
O escritor Ernest Hemingway, natural de Michigan, escreveu que “o vinho é uma das coisas mais civilizadas do mundo e uma das coisas naturais do mundo que foi levada à maior perfeição”. Se ele pudesse voltar ao estado hoje, encontraria uma indústria vinícola florescente.
Hemingway é considerado um dos escritores mais influentes da literatura norte-americana do século 20 e um ícone cultural dos Estados Unidos. Era um apreciador notório de bebidas alcoólicas e isso se tornou parte da sua imagem pública e literária. Bebidas como vinho, uísque, rum e coquetéis aparecem com frequência em seus livros e contos.
Se ainda fosse vivo – ele faleceu em 1961, aos 61 anos – teria presenciado uma espetacular mudança no Michigan. Dez anos atrás, o estado tinha 56 vinhedos espalhados por 730 hectares, produzindo 425 mil caixas, ocupando o 13º lugar no país em produção de vinho. Hoje, o número de vinícolas em Michigan é de 258, espalhadas por quase 1.40o hectares de vinhedos, movimentando mais de US$ 5,5 bilhões em vendas de vinho e ecoturismo; o estado ocupa o sétimo lugar nos Estados Unidos em produção de vinho.
A maior parte dos vinhos engarrafados de qualidade de Michigan é produzida nas cinco Áreas Vitícolas Americanas (AVA) de Fennville, Lake Michigan Shore, Leelanau Peninsula, Old Mission Peninsula e Tip of Mitt. A Península Superior também vem ganhando interesse e aumentando o número de vinícolas.
Fiquei surpreso ao descobrir que, embora algumas vinícolas ainda utilizem uvas nativas “fox” como a Concord, que se adaptam bem ao frio do norte e produziam vinhos predominantemente doces até a década de 1970, atualmente muitas estão usando híbridos franco-americanos como Vignoles e Chambourcin e varietais europeus como Riesling, que se dá bem em climas frios.
Regiões do norte de Michigan, como Traverse City, Leelanau Peninsula e Old Mission Peninsula, com microclimas mais temperados, produzem bons exemplares de chardonnay e merlot. O aquecimento do clima deve representar um benefício para a indústria no futuro.
Os moradores de Michigan têm muito orgulho de seus vinhos, que estão em toda parte – lojas especializadas, supermercados e restaurantes – e os produtores parecem se divertir ao dar nomes chamativos ou até excêntricos às suas garrafas, como Left Foot Charley, Karma Vista, Fishtown White, Sex, Detention e Hotrod Cherry, além do Madonna, produzido por Silvio e Joan Ciccone, que são, por acaso, mãe e pai da estrela pop.
O que vale a pena procurar? Há favoritos para especialistas entre os vinhos de Michigan, incluindo o vibrante e refrescante Bowers Harbor Vineyard Riesling (US$ 15), da Old Mission Peninsula. Também muito bom é o Chateau Grand Traverse Dry Riesling (US$ 13), com frescor e vivacidade limpos e diretos. Mas entre os melhores está o Bowers Harbor, um pinot noir com sabor varietal verdadeiro, lembrando alguns dos melhores exemplares do Oregon, embora não chegue ao nível da Borgonha francesa.
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